Espelho Quebrado.

Hoje eu tô de fazer abrir a dor do peito. O silêncio é seco, o toque é áspero e eu olho pra mim como quem tem sempre um espelho a mão, mas na verdade o reflexo é só um reconstruir mal feito da minha face.

E é nessa reconstrução que parece pra mim que algo se perdeu. Eu vejo um olhar que suspira, e um sorriso que tem que mover os músculos da face como quem reorganiza os móveis pra receber vista e vai, aos poucos, virando uma caricatura.

É difícil saber o que dói mais: A fumaça do talvez que se projeta na sombra numa felicidade temporária, ou o pressurizar do não inaudível, não dito. Que esmaga de dentro pra fora.