Quantos mais
Outra vez a história se repete:
Um corpo tombado ao chão.
Alvejado –
Forjado –
Vilipendiado –
Arrancada a inocência.
A família,
A sociedade –
Pedindo clemência.
Não são ouvidos –
Os gritos.
A dor –
Transpassada na peito,
Jogada para baixo do tapete.
A carne preta –
Sangrando na sarjeta.
Um número acrescentado,
Na vil estatística.
Ordem numérica e desleal,
No lugar,
Que a vida deve ser primordial.
O curso,
Não segue natural.
Destruindo,
Passando por cima de todos.
No contraponto do retrocesso,
O caminhar –
O sustento deixado de lado,
Rotulado como marginal,
Pelo Estado.
Governantes –
Armados e cruéis.
Não tem o discernimento,
Da luta pela sobrevivência.
Desde sempre:
Armando,
Dissimulando em conchavos.
Indo por água abaixo,
A civilidade.
Entorpecendo a realidade,
Arrefecendo a verdade.
Batalhas travadas no dia a dia,
Esperando o amanhecer –
Na luz irradia.
Inconstantes são os sonhos,
Dando margem aos pesadelos.
Com a esperança do melhor,
Fortalecendo os elos.
Nesse turbilhão de energias,
Viscerais e condensadas.
É necessário a transmutação,
Para renovarmos na alquimia.
A sinergia –
A transformação –
Da conscientização.
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