NO BORDEL (Quase uma prosa poética)
Ó tão bem amadas prostitutas
Do tempo que ainda era moço,
Onde o ricaço comia a carne
O pobre só ganhava um osso,
E roia quieto e bem caladinho
Aquela bela raspa de pescoço.
Cinco gatas com casa montada
Era só para comida do coronel,
Outras três, bem mais novinhas,
Era do prefeito seu João Manoel
Vigiadas por dezesseis jagunços
Não davam nem para bacharel.
O Jadir um rapagão bem bonito
Veio do campo morar na cidade,
Garoto com pouca experiência,
Que homem só pega com idade
Cismou de comer a bela cabrita
Morena mais nova da localidade.
Ela era uma das meninas favoritas
Do digníssimo e respeitado prefeito,
Caboclinho folgado o moço Jadir
Diz vou por a franguinha no leito,
Ela era doidinha, mas tinha medo,
De ser flagrada naquele mal feito,
Garoto bastante desassustado
Esperou até ela perder o medo,
Ela já estava coçando a periquita
Ele segurando o seu brinquedo,
Coitado já tava dando é cãibra
Nas falanges de cada dedo.
Pior era aquela dificuldade
D’ele comunicar-se com ela,
Ele sempre punha bilhetinho
Nas gretas da sua janela,
Com medo, ela respondia,
Bem faceira lhe dando trela.
E foi assim o tempo passando,
Um belo dia os dois se cruzou,
Ela deixou a janela encostada
Foi por ela que o Jadir entrou,
Escolheram a data bem certa
Quando sua excelência viajou.
Passaram a noite se vadiando
Os dois na maior metenguência,
Mas felicidade quando é demais
Acaba fazendo má querência
A outra amasia do seu prefeito,
Chamou aquilo de indecência.
Eu vou contar tudo ao padrinho
Da traição vil desta vagabunda,
Na verdade o que a outra sentia
Era um inveja das mais profunda,
Pois, a colega ganhava presente,
Ela ganhava era pé na bunda.
Quando o seu prefeito chegou
Ela foi e aprontou a confusão,
O senhor prefeito ficou tiririca
Mandou os jagunços pra ação
Prenderam o coitado do Jadir
Amarrado na praça da estação.
E espalhou cartazes pela cidade
Chamando o povo pra ver festa,
Vou mandar capar um caboclo
Virar um boiola é o que lhe resta
Assim nunca mais ele vai botar
Um par de chifres na minha testa.
A tal cidade entrou em festança
Todos os homens comemoravam
Todas as mulheres desta cidade,
Ficaram tristes e se lamentavam.
Pois, capar o menino é covardia,
Até belas meretrizes choravam.
Quando chegou o dia marcado,
Foi que esta cidade foi invadida,
Praça da estação estava lotada
Chegou uma horda de bandida,
Jagunças da mulher do prefeito
Que já estava danada da vida.
Ela na frente daquela jaguncina***
Disparou a temida papo amarelo,
Falou alto para todos os ouvintes,
Do moço ninguém corta o pinguelo
Qualquer um que se meta a besta
Vai levar bala do meu parabelo.
Os jagunços ficaram atarantados
Jaguncinas engatou armamento,
A chefe continuou o seu falatório
seu prefeito tome apontamento,
Se eu pegar o senhor na putaria,
Eu mando fazer seu castramento.
Mandou alguém soltar o menino
E levou o Jadir para a sua cama,
Lá no meio daquele mulheril
O caboclinho foi criando fama,
Dava conta de toda a jaguncina
E ainda comia a primeira dama.
Coronel ficou morrendo de medo
De sua mulher fazer perversidade,
Indenizou todas as sua quengas
E deu as mulheres sua liberdade
Todo pimpolho das redondezas,
Perderam logo sua virgindade.
A zona boemia virou uma festa,
Acabou todo aquele xenhenhem,
Um dia destes eu passei por lá
Rodavam bolsinhas no vai e vem,
Uma bem bonitinha fez até rima,
Bem, vem ca pra nós fazer neném.
Eu fui não, posso não, mamãe deixa não.
*** (jaguncina) “Feminino de jagunço” nota do autor kkkkkkkk.
Trovador
MESTRE JOEL Marinho deixou uma bela e divertida interação,
agradeço de coração poeta valeu.
Você disse não posso, "mamãe" não deixa
Deixe de papo e não venha me enrolar
"Mamãe" é a sua mulher que está com o papo amarelo
Só observando você vendo a bolsa rodar
Não se faça de leso como se diz no Amazonas
Se você pegar a bonitinha a "mamãe" vai é lhe capar.