DEVIR
Firme me ergo e olho em volta
Vejo o bailado das folhas
Escuto a melodia do vento que se mistura num único solfejo com o soar da chuva
Respiro e sinto o odor da terra molhada
Embora escondido, sinto o sol meio dormente
Aguardo, olho de novo e vejo encantada a aparição do arco-íris
Interessam-me as danças dos elementos e o seu movimento e vendo a natureza tal interesse, aproxima-se e segreda-me ao ouvido: Tudo é cíclico
- Umas vezes, vento, outras vezes não
- Umas vezes chuva, outras vezes não
- Umas vezes nevoeiro outras vezes não
- Umas vezes frio, outras vezes não
E sentindo a minha conexão, prossegue empática: Seja sim, ou seja não, mantém-te erguida, espera tudo e nada receies
- Entre o agora e o depois tens à mercê aquilo que queres e desejas
- Na contradança, do ser e do não ser, do estar e do não estar, do haver e do não haver, aguarda
- Espera, fica firme, olha em volta, e encanta-te com o que estiver pr'a vir...