UM PÉSSIMO DIA

Um dia típico daqueles em que nos deparamos com algumas indisposições. Daqueles em que o faro está apurado e procuramos pelo sentido das coisas; e como diz o ditado:

[ 'Quem procura acha.' ]

...antes do play:

"Me parece haver certo fetiche pelo 'ignorar das coisas' e há sempre a fatia que consegue extrair nisso uma seiva que os sustenta e valida a inércia.

Pois é, ela não me atrai."

E buscando andei pelos caminhos da 'carta de William Lynch' com seus métodos ardilosos contra o povo preto, mas que encontram ressonância e funcionabilidade em outros setores da sociedade até hoje, caminhei por trechos efusivos em 'o príncipe de Maquiavel' e depois em algumas vielas sinuosas da entrevista de Hill em 'mais esperto que o diabo', continuei meu rolê balizando aonde o mal deixaria de ser mal no 'princípio do mal menor'. E do alto de uma colina ouvi 'a voz de um povo libertando um ladrão em detrimento de um inocente e 'a voz de outro povo reivindicando um rei pra chamar de seu' ... e assim segui ladeira abaixo quando vi 'a estratégia das tesouras' recortando grande parte do que eu acreditava e elucidando alianças, aparentemente, espúrias.

Chegando nesse lugar chamado agora, de avenidas largas e que nos levam longe, o debate é polarizado mas, as idéias são multifacetadas e na linha de chegada ganha a melhor narrativa. (Ou a melhor fake news?)

No caminho encontrei pedaços, nada inteiro. E quem se dizia inteiro era feito de apenas um lado. E os 'lados inteiros' expurgavam aqueles que tentavam qualquer tipo de inteireza ou qualquer decisão que estivesse fora dos seus pacotes identitários.

Um péssimo dia, não porque descobri que estava fora e nem tampouco pelo arrependimento de não ter provado a tal seiva lá do início.

Mas, porque achei um pouco do que procurava e digerir os descobertos custará algumas náuseas e desarranjos. No entanto, que seja péssimo enquanto dure. Basta a cada dia o seu próprio mal.

Aprendi que isso passa.