Porque hoje é sexta...

Quero que se foda o sublime. A minuciosa construção do absoluto literário. Assim sem emendas e em rigoroso vernáculo, parece-me mais exato. Quero que se foda o sublime (desculpem-me a repetição). Prefiro portas fechadas, casas destruídas, chaves de pouco ou nenhum uso para gestos de pouca ou nenhuma glória que são o absoluto onde me posso sentar para beber mais um copo deste vinho que me pinta os lábios e me acende nos olhos esse fulgor de luz, esse pulsar de salto, onde me lanço para voltar ou não voltar, mas ter cumprido do sangue o impulso. Ao afirmar que se foda o sublime (começa a ter prazer a repetir isso sincopadamente). Estou falando contigo, vivendo contigo, morrendo contigo. Estou te dizendo ama comigo, sofre comigo, morre comigo um pouco mais devagar.

BiaSil
Enviado por BiaSil em 21/10/2022
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