PASSEIO
Maria de Fatima Delfina de Moraes
Caminho no Parque da Cidade desfilando meu cansaço.
Cai uma lágrima de saudade do tudo que havia e se foi.
Restaram as saudades de tempos de outrora...
O burburinho, casa cheia, gargalhadas, até mesmo as brigas trazem saudades.
Crianças, jovens em alaridos. Tempo em que tudo era motivo de festa.
A chuva aperta como minha saudade.
Os cabelos respigam, mas a chuva é libertação.
Os jovens entusiasmados bateram asas, criaram seus próprios ninhos.
A chuva que lava também leva a saudade que teima em voltar, vez por outra.
Contemplo os passarinhos que furtivamente se escondem em seus ninhos.
Somos eu, a chuva e os passarinhos com seus alaridos.