Refúgio

Tenho uma confissão a ser feita ao mundo,

Esse mundo que me recebeu há tanto tempo.

Em volta de mim encontro coisas fétidas,

Hipocrisia deslavada de fé.

Feses, vômitos, coisa podre.

Tantas palavras atravessam os céus,

Reluzentes ao sol, balas de ódio.

Com mais algumas pessoas decidimos não morrer,

E nem correr do pau, ou das balas.

Vamos construir outro mundo

Para nele nos abrigar.

Um mundo elevado,

Amado e desejado,

Mundo medido, nem raso nem fundo,

Onde brotam versos

E frutificam poemas.

Nesse refúgio de paz

Iremos viver até o fim

Abraçados numa rede de dormir.

Assim deixaremos o mundo sepultura

Para aqueles que se afundam na mentira

Sua guarda, um caixão.

Solidão.

Sem salvação.

Ficarão entre rangeres de dentes

Morrerão banguelos.

Do alto poético

Contemplarei sua maldição

E sentirei pena!

Tarde demais!

Minhas lágrimas em vão

Apenas meus versos permanecerão,

Para sempre.

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 18/10/2022
Código do texto: T7630605
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