...da metáfora...

Com ela, era sempre de repente: sorrir ou chorar. Nunca havia meio termo. Era sempre num rompante. E também era de repente que o brilho dos olhos acendia ou apagava. Suas emoções eram hipérboles...

Com o tempo, se tornou mais mansa. Passou a sonhar. Nem sempre realizou. Teve medo. Se lançou. Chorou. Sorriu. Plantou a vida onde os pés pisaram. Seus sentimentos eram eufemismos...

Cheia de vazio, não entendia nada do que não lhe diziam e só acreditava em previsões, depois que elas se concretizavam. Vivia como se já estivesse morta e enxergava melhor as coisas obscuras. Seus pensamentos eram antíteses.

Sua lucidez era rapidamente louca e era muito mais eloquente quando silenciava. Era profundamente superficial em suas emoções. Conseguia ser de uma gentileza crudelíssima. Tornou-se um oximoro...

Sentia todas as cores da vida, mas às vezes deixava que sua voz soasse mais áspera. Amargava saudades, como se fossem doces perfumes de reminiscências. Ela toda era sinestesia...