Edito menino era, criança magrinha, desprovido de sofrer: não sabia que a morte era real, e que levava muitos, sem motivo.
Quase gente, a morte descontente de não o ser, assassina injusta, não calculava quem sua vela levava sem barco. Um tiro na água, parada, salobra, querendo transpassar o sangue que se escondia nas veias da mãe-flor. Essa mesma flor que ansiava ao seu menino gerar o sabor de caminhar com as próprias pernas.
Não dera tempo. Assassina injusta, levara consigo o sol-nascente, o olho d'água, a semente naquele Edito-menino-era, que se fincou, em prantos, no meio do deserto.
Era o advento da esperança rompida, o sufoco, o ar que se rompera para sempre, e o outro ar: sufocado e sufocante. Era mais um pranto dentre tantos outros: o luto daquele inocente que não sabia o que era chorar.
31 Mar. 2021.
Sobre uma flor, mãe e amiga, que se vai pela Covid-19.