Escrevo a pena
Escrevo coisas que não publico, cartas que rasgo em seguida, poemas de que não gosto e abandono, contos e crônicas que têm o mesmo destino, palavras soltas, quase dadaístas. Escrevo apenas. A pena.
Acho que desse mundo, pouco vou deixar de legado. Escrevo apenas para que um dia alguém se encontre nos meus desencantos. Escrevo a pena, com borrões esparsos.
Às vezes procuro ter alguém com quem conversar, mas não tenho, por isso tomo a pena e apenas escrevo. Borro o papel. Nestes tempos, a maioria da gente está entrelaçada com suas próprias dores. Minha mente me castiga criando suas próprias cores, histórias, dores e até mesmo as alegrias. Então, Escrevo a pena. Apenas escrevo.