Brejinho
Ah, brejinho mágico ...
Um verdadeiro oásis
na secura do cerrado.
Ilha das nossas fantasias,
refúgio de paz e frescor
nos dias quentes de verão.
Poucos tiveram o privilégio de conhecê-lo,
onde hoje é o campus da UnB.
Seu substrato era terra massapê,
onde fervilhavam minhocas puladeiras.
Árvores monumentais e os pássaros,
em festa todos os dias.
A água que de lá brotava,
límpida, aos borbotões;
canalizada lateralmente,
despencava com tamanha força
que vergava as nossas costas.
Muito gelada, uma ducha de vitalidade.
Me lembro muito bem,
quando decidiram destruí-lo.
Fomos defendê-lo dos tratores
e do correntão.
Mas nos venceram pela força.
Esse, o primeiro crime ambiental
na construção de Brasília.
Brasília, 28 de fevereiro de 2005