Doce mãezinha

Quem sou eu, que aqui conjecturo em vão

Sobre o solo levito em saltos de presunção

E da vida espero pedidos de perdão?

Pois em formas maternais foste perfeição

E a ti o mundo foi mar de decepção

E decepção a ti fui eu também.

Pois me diga, então!

Quem sou eu pra achar isso ou aquilo

Quem sou eu pra achar alguma coisa, afinal?

Quando o maior presente a mim foi dado

E eu em escárnio e escarro

Fui ingrata e atirei-o ao chão?

Mãezinha doce e sorridente

Que em teus braços embalaste gentil e amorosa

Esta que a ti fala dorida e saudosa

E que em supremo manto de amor e ternura

Cuidaste, amaste e criaste na ventura

Do teu lindo coração valente!

Em ti há força onipotente e vivaz

Proteges pois tuas crias, feroz e tenaz

E dona de um sentir, de um amor de mãe tão profundo

Verdadeiramente abismal se faz!

A ti peço:

Dá-me aconchego

Sopra das estrelas um último afago;

Acarinha a face em lágrimas da tua criança

E perdoa, anjo.

Perdoa hoje e sempre.

Perdoa a desfeita e a negligência

Pois que a ti o mundo decepcionou

E decepcionar a ti fiz eu também.

(Gênnifer Gonçalves)

Gênnifer Gonçalves
Enviado por Gênnifer Gonçalves em 30/09/2022
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