[Imagens Quase Compreensíveis]
[Presentificação — aquilo que há não é puramente subsistente]
— A sucursal do inferno: onde fica? Se você sabe, vamos, eu te acompanho!
— O silêncio necessário à imprescindível solidão.
— Essa contemplação assim muda — o espelho.
— As faces que eu tenho — estes sujeitos que me habitam!
— A minha geografia, aqueles vales úmidos e escuros.
— O amor onde? Na cama, no carro... e também nos textos?!
— A indeterminação — se eu medisse o que você diz gostar em mim, no instante seguinte, esse seu gostar estaria irremediavelmente modificado, para o meu bem, ou para o meu mal, e para o nosso desapontamento!
— ... e, portanto, o gostar deve sempre permanecer indeterminado!
— Uma relação é sempre fragmentada, pois um ser fragmentado causará mil reflexos dependendo de como é iluminado — ilumine-me, please!
— O que é que você vê nos meus olhos? Ah, então viu demais...
— A insegurança é excitante? Para quem a sofre... ou para quem a instila?
— Começo a pensar que também sei criar mundos...
— Essas torturantes e frias penedias: as travas escuras do espírito!
— Um livro para nada: a vida amargosa de levar.
— Olha atentamente para o Nada... e ainda sorri! O que teria sido avistado “lá”?
— A paisagem é interna — quem é que não sabe disso?
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[Penas do Desterro, 29 de Abril de 1998]