Chamada resistência

Homens incautos,

Transvestidos de incompetência.

Julgam ser maiores do que os outros,

Em tamanha prepotência.

Escondendo-se atrás de religiões,

Para cobrarem indulgência.

Mergulhados no orgulho, iminência,

Ao ser subjugado, nenhuma contingência.

Aos podres poderes,

Falhos, falta a eficiência.

Aos pobres recebendo migalhas,

Sobra a malemolência.

Aos impuros,

Resta a concupiscência.

Nos desejos a divergência,

Mais um corpo caído, condolência.

As dívidas sempre em pendência,

Os pecadores a penitência.

Um governo insólito, a decadência,

Quem deveria cuidar, negligência.

Por aniquilar, antecedência,

A comida em abstinência.

As contas do Estado, inadimplência,

O que falta na humanidade, sapiência.

Os da periferia, benevolência,

Pessoas com inteligência -

O surreal em ambivalência.

Os jogos de azar, condescendência,

Os legisladores e sua leniência -

O caos e a complacência.

O que nos falta:

A expansão da consciência,

O despertar para nova coexistência.

Na programada obsolescência,

O sofrimento, total veemência.

De uma parte da sociedade,

Em meio a precariedade –

Vestindo-se de resiliência,

A chamada resistência.

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Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 25/09/2022
Código do texto: T7613806
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