CONFISSÃO DE FÉ *

Morre-se um pouquinho a cada deitar do sol, a cada ave-maria ou cruz-credo assoprados ao vento. Finamo-nos todos os dias sem nenhuma solenidade.

Também não é menos verdade que toda mentira, de tanta solene repetição, acaba sendo tida como verdade, mercê do assombro que a Poesia nos causa, e se torna passível de total veracidade.

Aliás, ao se plantar um sonho, o nome da árvore que desejamos bem-nascida, forte, sempre se chamará Esperança.

Este bem precioso, cotidiano, nunca se finaliza. É dotado de centelha que se apagará jamais, vaticina o poeta.

MONCKS, Joaquim. A MAÇÃ NA CRUZ. Obra inédita, 2022.

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