Eclipse Solstício Presságio Ruim

Minha Amável Lua Amante

Hoje em meu ápice momento de máxima intensidade

Neste eterno ciclo em que me entrego iluminando a Terra em plena caridade

Fertilizando os vegetais e a realização dos desejos mundanos

Em que sou venerado com danças, cortejos e rituais dos seres humanos

Ocultamente vieste repleta de Amor a me contemplar

Mesmo que para o Povo das Fadas sua presença ofuscante neste solstício dia seja um mal sinal

Acreditando que estou rejeitando suas oferendas de mel, cervejas e centeios em sacrifício ritual

Alegremente e de forte energética corrente, estou aqui a me entregar

E em tua sombra… meu puro Amor… vem minha luz apaixonadamente ocultar

Oculta-me. Ó! Meu lindo Amor

Oculta-me dos olhos alheios, porque hoje só a ti pertenço

Esfria em mim esse calor de ego intenso

Pelo menos neste curto e sagrado momento

Em que fria e escura vem me beijar

Sagrado momento de êxito resultante…

Essa é nossa maestria oculta ao entendimento humano

Que ignora nos céus o divino celestial plano

Pelo qual, de tempos em tempos

Neste misterioso e sagrado momento

Em que agora se faz aos olhos terrenos

Amorosamente no místico copular

Minha Amável Eterna Amante

Acompanho solitário todas as suas fases errantes

E justamente hoje em que atingi o meu ponto luminoso mais extraordinário

Envolvido em magias rituais e antigas tradições do coletivo mágico imaginário

Vieste lentamente encobrindo os céus e a terra com teu manto

Apavorando e preenchendo os corações dos homens de espanto

Trazendo para eles a maldição de dias inférteis

E a calamidade das forças inertes

Apenas com teu singelo presente ato

De no meu alegre e festejado aniversário

Com tua noite me presentear

É por isso, Meu Amor, que vás embora tão rapidamente?

Porque fostes rejeitadas por esses seres dementes

Em que o Sagrado Amor Celeste nada entende?

Não saia de cima de mim, assim, tão rápido!

Pois não sou eu o culpado

Desses seres terrestres desolados

Com sua presença e ato de amor se apavorar

Homens e Mulheres o porquê de tanto pavor e terror?

Se em todos os solstícios de verão vos entrego o meu iluminado fertilizante amor…

Vos peço apenas hoje que aceite nessa vossa celebração ritual minha Doce Escura Amada

E com fogueiras e tochas à Terra poça ser só hoje iluminada

E juntos o Amor Celeste possamos em festa celebrar

Não… Meu Amor!

Não te apreces a ir tão rápido embora

Pois hoje o dia demora

E, também, hoje sua fase é nova

E tua face no escuro do céu

Encoberta com o noturno véu

Apenas um contorno prateado

Em um vislumbre descortinado

Me resta a contemplar

Ó! Ignorantes seres terrestres

Olha o que comigo fizestes

Nestes círculos sagrados concêntricos

Me louvando inutilmente em seus centros

Enciumados e pavorosos por dentro

A minha Lua Amada a rejeitar

Por isso, também, vos rejeitarei

Não serei mais o seu fértil rei

E, irado vos abrasarei

Com meu calor de dor a vos queimar

Ó! Lua Amada de mim…

Esperarei novamente o contínuo retorno a ti

Para que juntos possamos ter um deslumbre do fim

No eclipse solstício de verão que pressagia na Terra dias pandêmicos ruins

Pelo simples e sagrado sexo-tântrico ato de me amar e te amar tanto assim