MINHA ESMERALDA COROADA DE LUZ.

                     -  01/12/07 -

 

Para Olhos Verdes,

 

O meu amor por ti  é tão grande que, agora vivo somente cavalgando as lembranças de quando tu me entregavas doce e livremente e sem pudor, o teu corpo santo abrasado de rico amor.

Despojadamente tu me aceitavas como uma nave perdida em teus braços e,  eu entre as brumas desesperadas do nosso amor desmedido, fazia de ti um porto de eternas e sôfregas carícias.

Agora, os meus olhos já não se encantam mais com outras mulheres, porque tu ó amada, soubeste me entronizar e receber na tua rica e jovem catedral de sangue, sorrisos e amor.

Eis que de mim se aproxima um crepúsculo lindo e grávido de entretons avermelhados, todavia, agora neste prenúncio, a minha última e definitiva ocupação, é envolver-me com os teus lindos olhos verdes.

Mergulhado nessa madrugada cheia de insônia, sinto apenas a falta dos teus beijos e das tuas carícias quentes, com as quais, tu sabes languidamente me envolver  com toda a liturgia de uma mulher verdadeiramente amada.

Lembro-me agora que, nua tu és tão simples como uma de tuas mãos, carinhosa, fofinha e transparente, e eu, como um devoto do teu corpo, encontrei ali os caminhos de lua e os sucos de maçã tão desejados e sonhados.

E assim, ó doce amada, ninguém mais se apossará desse meu coração que era perdido, e que, agora, sofregamente se alimenta tão somente com a fúria dos teus lindos lábios.

Tenho saudades da tua boca, dos teus beijos e do frenesi de teu corpo que, com a sua febre carnal,  me levava aos campos perdidos  dos indizíveis delírios.

Nesta madrugada, eu te sinto como uma pétala que pretende se abrir, instantaneamente numa apoteose encantada com a aurora, que novamente desbrocha para propiciar a recorrência da vida.

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 01/12/2007
Reeditado em 01/12/2007
Código do texto: T760184