Imperfeito labor

A polarização,

Gerando a luta.

Positivo e negativo,

Estado de insatisfação.

O certo e o errado,

Uma população –

Inteira renegada.

Sem colher os frutos,

Violada.

Desejando por vias invisíveis,

Compor a separação.

A melanina excluída,

Fomentando racismo estrutural.

A cor da pele,

Não determina o lado –

Do qual estamos.

Nada de ficar em cima do muro,

Prevalece o essencial na batalha –

O antirracismo valha.

Exterminar o mal,

O fogo em combustão –

Ruindo o Estado da gentrificação.

Vidas importam,

Independente da raça e credo.

A democracia na corda bamba -

A liberdade ameaçada.

Governo de outros tempos e atual,

Impondo a putrefação.

Corpos inocentes –

Tombados na sarjeta,

Para quem quiser ver.

Crianças desde cedo,

Aprendendo a lidar com a dor.

A violência estremecendo a carne,

Atormentando a mente -

Velhas táticas de guerra adquirindo.

Como nos proteger?

Em um país:

Onde se escraviza por um salário.

À mercê, cortando direitos,

Por onde anda a dignidade?

Sem menção de respeito,

Cumprindo metas –

Seguindo as regras.

Imperfeito labor,

Como coexistir?

Nada é fácil,

Nunca será.

Na luta íntima de cada dia,

Não em busca da perfeição.

Nem muito menos de caridade,

Mas sim, por segurança, saúde e educação.

É o mínimo que desejamos,

No entanto, há aqueles que pensam que é demais,

Enriquecendo à custas de deveres infernais.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 03/09/2022
Código do texto: T7597262
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