Nem sempre

 

 

A estação se encontrava vazia, sem ninguém para a última viagem... foi entrando com as mãos também vazias, sem carregar nenhuma bagagem, a não ser os anseios resolvidos deixados do lado de fora, respirando fundo e procurando com o que iria sonhar dali em diante, seguiu um destino que não escolheu, não olhou sequer para os lados, porque às vezes é preciso aprumar-se num assento qualquer...

 

nem sempre podemos abrir a janela para sentir os ventos, um pouco de calor ajuda a clarear a mente, nem sempre a paisagem é bonita, mas temos que continuar a viagem... precisamos evitar a tempestade, é preciso esperar a calmaria, para abrir a alma, sentir a brisa, e esperar que no vagão que lhe acolhe nenhum medo de que venha a descarrilhar, lhe assombre,

voltar a fechar os olhos sabendo que para descer na próxima estação, é preciso estar seguro e preparado, pouco depois ao tomar coragem, ciente de que os olhos dessa vez deverão encontrar-se bem abertos a um novo ciclo.

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 01/09/2022
Reeditado em 12/09/2022
Código do texto: T7596159
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