Carinhosamente...

Candinha vivia triste, triste, tristinha mesmo

Pra lá de acabrunhada, a coitada...

Triste por não poder desfrutar daquele amor

Há tanto tempo sonhado e idealizado.

Tadinha da Candinha!...

Ela que nem ao menos suspeitava

Que antes, antes, beeem antes

De quaisquer amores sonhados, idealizados

Sofridos ou desfrutados...

Os verdadeiros bons e alvissareiros sentimentos

Que realmente se dedicam a acalentar, inspirar, reconfortar,

estimular e animar

Os entristecidos ou desalentados corações

Nem são eles, os amores ...

...Mas suas carinhosas priminhas-irmãs!

As boas, confiáveis e duradouras amizades.

Amizades! Essas nossas confiabilíssimas companheiras e conselheiras

De todos os momentos!

Sejam esses bons bons, amorosos, medrosos...

...Ou entristecidamente saudosos.

Sim, sim, sim...

Até mesmo porque o amor, perseguido amor!

- Esse nem sempre merecidamente venerado sentimento universal -

É verdadeiramente bom, protetor

e extraordinariamente acalentador

- Levando a sonhar, sonhar, até mesmo acordados a sonharem -

Não exatamente para os que amam...

- Mesmo que irreversível e perigosamente mergulhados em irrefreáveis paixões... -

...Mas para aquelas afortunadas e talvez mesmo divinamente escolhidas pessoinhas

Que sejam serena e incondicionalmente amadas.

Assim, e quão melhor convividas seriam as nossas vidas, se ao invés de vivermos assim quase desesperadamente em busca ou tentando "prender" um passionalmente violento ou esfriado amor, muito mais nos esforçássemos para conservar vitaliciamente acesas as nossas amizades verdadeiras...

Armeniz Müller

...Oarrazoadorpoético.