Intempéries da burguesia
Ventos frios,
Ressoando por corpos sem memórias,
Nunca aprendemos com os eventos,
Circunstâncias.
Tornando-nos vazios –
O coração feito rocha.
Não há nenhum sustentação,
Para o que é válido,
Vozes ecoando pela mente –
Um anjo e um demônio.
O caráter em construção,
Posto à prova –
Quimera sem equalização.
Quais são os elementos necessários,
Para sairmos dessa expiação?
Acontecimentos fúteis,
Na infinita condensação,
O peso da realidade –
A falsa modéstia –
O narcisismo injetado na veia.
Transformando-nos em bodes expiatórios,
Mais um – Outro mais – Assim vai.
Imperfeita equalização,
A mentira premiada –
A verdade excluída,
Ainda com nenhuma validação.
A injustiça aclamada –
Em total perversidade.
Para a defesa estagnada,
Calada – Açoitada.
Não tempos como nos defender,
Das intempéries da burguesia –
Sempre dando as cartas.
Em suas mãos vestígios de sangue,
Idiotices – Sabemos das inverdades.
Assolando-nos –
Para sermos castigados.
Sem limites, impondo-nos castigos,
Não precisa de crimes.
A carne preta forjada.
Na luta, comprovada a inocência,
Em meio à penitência –
Nenhum pedido de desculpas,
Incutindo a culpa.
Sem a dignidade e o respeito,
Para averiguar a preguiça.
Para os ricos,
Leva-se segundos –
Submundo imundo.
Ao pobre o veredicto:
Culpado,
Mesmo inocentado.
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