Intempéries da burguesia

Ventos frios,

Ressoando por corpos sem memórias,

Nunca aprendemos com os eventos,

Circunstâncias.

Tornando-nos vazios –

O coração feito rocha.

Não há nenhum sustentação,

Para o que é válido,

Vozes ecoando pela mente –

Um anjo e um demônio.

O caráter em construção,

Posto à prova –

Quimera sem equalização.

Quais são os elementos necessários,

Para sairmos dessa expiação?

Acontecimentos fúteis,

Na infinita condensação,

O peso da realidade –

A falsa modéstia –

O narcisismo injetado na veia.

Transformando-nos em bodes expiatórios,

Mais um – Outro mais – Assim vai.

Imperfeita equalização,

A mentira premiada –

A verdade excluída,

Ainda com nenhuma validação.

A injustiça aclamada –

Em total perversidade.

Para a defesa estagnada,

Calada – Açoitada.

Não tempos como nos defender,

Das intempéries da burguesia –

Sempre dando as cartas.

Em suas mãos vestígios de sangue,

Idiotices – Sabemos das inverdades.

Assolando-nos –

Para sermos castigados.

Sem limites, impondo-nos castigos,

Não precisa de crimes.

A carne preta forjada.

Na luta, comprovada a inocência,

Em meio à penitência –

Nenhum pedido de desculpas,

Incutindo a culpa.

Sem a dignidade e o respeito,

Para averiguar a preguiça.

Para os ricos,

Leva-se segundos –

Submundo imundo.

Ao pobre o veredicto:

Culpado,

Mesmo inocentado.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 25/08/2022
Código do texto: T7590452
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