TRISTEZA
Maria de Fatima Delfina de Moraes
É triste a realidade de nosso país.
Quem andar pela periferia das cidades verá enorme contingente de moradores de rua.
Quando conversamos com as pessoas que nos auxiliam em doações de alimentos vemos que nem todos são necessariamente moradores de rua.
Alguns com instrução e boa capacidade de entendimento se dizem estar em condição de rua porque perderam o emprego e não puderam mais pagar aluguel e foram despejados.
Muitos que vieram de outros estados em busca de condição melhor, hoje não têm como retornar para suas famílias.
A falta de oportunidade de emprego faz com que a maioria viva como catador de recicláveis. Hoje em dia são tantos que precisam andar o dia inteiro em sol ou chuva para terem algum dinheiro para alimentar os filhos.
Antes da pandemia o número de desempregados já era grande. Após, ficou ainda pior.
Os grupos em que estou engajada chegaram a fazer quinhentas quentinhas e hoje mal conseguimos chegar a cento e cinqüenta.
O tal auxílio do governo não contemplou a todos.
Nosso trabalho é de formiguinha incansável.
Rogo a Deus que tenhamos uma solução para isso.