Resquício de vida
Em dias tão contraditórios,
Entre o desejo e a realidade.
Fomentando algum resquício de vida,
Tangente vivacidade.
No costumeiro marasmo,
Pregando algo sem razão.
Visceral liberdade subjugada,
Pela ameaça de não sei o quê –
Ou de onde vem – Acontece.
Há uma linha tênue,
Que nos consome, aprisiona -
Vocaliza ou prende o grito na garganta.
O espelho fora de foco,
Distorcendo a visão.
Levando-nos a crer,
Na constante manipulação.
Não é de hoje que estamos à deriva,
Neste tormento.
Com o desejo em desbravar –
Conquistar novas histórias.
Porém, há algo ou força,
Impedindo qualquer ato de expansão.
O desejo veemente lateja,
No mais profundo de nossas almas.
No anseio em desatar os nós,
Que nos aniquilam como grilhões.
Aprisionando-nos –
Entoando falsa realidade.
Absoluta verdade,
Esta que nunca existiu.
Cada um lhe fomenta,
Da forma que lhe convém.
Recriando estratégias,
No mais profundo desespero.
Na iminência da fuga,
Que não se leva a lugar nenhum.
Sobrevivendo –
Resistindo em uma realidade,
Que impregna de caos.
Condicionando ao seu favor,
Desfavorecendo a felicidade.
Retirando de nossos âmagos,
A sensação de pertencimento.
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