Todos Correm...
Por Nemilson Vieira de Morais (*)
Todos Correm...
Corre o tempo e, não percebo; rumores espalham o medo.
Políticos correm atrás dos votos, do poder, do ter; com seus discursos, argumentos... verídicos ou enganosos.
Um vendaval ao correr, leva consigo tudo o que encontra pela frente: gera o pânico, prejuízos a gente...
Em suavidade corre a brisa, a nos acalmar;
na Terra, resolutas, em leitos, correm às águas para o mar.
Veículos governados, sem governos; devagar, depressa seguem seus percursos...
No céu, velozes aviões se põem a voar como as aves. Estas voam em bandos, acasaladas, solitárias; silenciosas, em algazarras; nas conversas umas com as outras.
Sem se aquietarem, correm as nuvens de um extremidade a outra do firmamento.
Nos dizeres poéticos, correm às prosas, os versos. Poesias a sumirem de vista (num expressar de sentimentos).
Com muita rapidez...
Segundos, minutos, horas, dias, meses, anos vão-se de nós. Ficam o aprendizado, a experiência...
O muito dinheiro do rico e, o pouco do pobre, ligeiro correm a praça; de mão em mão, de bolso em bolso. É grande a necessidade de consumo: de um e noutro.
Nas artérias, veias e capilares correm os nutrientes no corpo.
Dos olhos, correm as lágrimas: de alegria ou, sentidas...
Nos trilhos (aos portos) correm os trens de cargas, de passageiros; num constante vai e vem; em seus traslados, de produtos e pessoas, alavancando o progresso.
Do trabalho, corre o preguiçoso; do rosto do trabalhador,o suor; o pão (o sustento).
Nas festas correm solta a alegria e, nos momentos fúnebres, a tristeza pelas vidas que fenecem. Nos idosos correm as dores... que os jovens desconhecem.
Corre no papel (a depender de quem escreve) à escrita fluída; coesa, harmônica, sucinta…
Nos tribunais correm as ações (administrativas, cíveis, criminais), nos jornais, as notícias (distorcidas ou não)
Barcos correm nos rios, lagos e mares; nos eventos religiosos, em giros correm foliões nas folias.
Pela sobrevivência (na cadeia alimentar) há correrias tremendas pela vida: de presas-fugidias e predadores…
Sapos correm de cobras, estas dos gaviões e das pauladas do homem. Das dívidas, os maus pagadores correm (até mudam de caminho).
A má notícia vai ao longe, corre solta pelo mundo, até ser aceita ou desmentida um dia.
Para socorrer pacientes, correm ambulâncias, socorristas, enfermeiras (os), doutores (as)... soro na veia é o primeiro a correr.
Corredores correm nas pistas em competições e nos gramados, com a bola nos pés: os jogadores.
Dos "homens da Lei" correm os meliantes (mau feitores) até a "casa cair" e serem detidos, abatidos...
Em lavras-garimpeiras, aventureros vivem a correrem atrás do ouro, do lucro, dos diamantes…
O Inimigo de Deus corre da cruz; os pecadores: da obediência a Jesus.
Abutres correm para as carniças; infratores, para a delinquência e não se toca mais no assunto, por seus processos correrem em segredo de Justiça.
Eu também vivo numa correria medonha… pois, sem correr atrás do lucro ninguém fica.
*Nemilson Vieira de Morais,
Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.