Armadilhas e contradições

Batalhas todos os dias são travadas,

Na busca constante pela resiliência.

Inconstante abstinência,

Por datas de paz –

Na infinita paciência,

Por longas horas.

Ao amanhecer o peso da bigorna,

Sobre nossas cabeças –

Em nossas costas.

Ao abrir os olhos realizando velhas apostas,

Toneladas e mais toneladas –

A cor da pele,

O lugar ao qual se mora.

Sujeitando-se ao nada –

O tudo em plena truculência.

O código postal em desfavor,

A favor da gentrificação.

O Estado não tolera os favelados,

A não ser em ano eleitoral.

Mesmo aquele que tem educação,.

Histórico escolar gabaritado.

Somente mais um negro –

A lutar pelo lugar ao sol.

Assim tentar fugir da triste estatística,

Do Governo omissor –

Conteúdo magistral.

Nenhum símbolo é capaz –

De transformar tal realidade.

Quando na pele se vive a verdade,

Por que tamanha inferioridade?

Somos filhos do mesmo criador,

Imagem e semelhança.

De igual infligindo as leis,

Em atropelos –

Mera desesperança,

Não disponibilizando igualitárias oportunidades,

Descrentes –

Está é a verdadeira questão.

Julgados por tais condições,

Condicionando-me através da ilusão.

Entorpecendo as mentes –

Em sombria agonia,

Armadilhas e contradições.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 19/08/2022
Código do texto: T7585941
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.