Almas feridas!...

Lambendo as nossas feridas físicas e emocionais

Mentalmente...

Voltamos no tempo das férreas vontades

Quando então queríamos porque queríamos

Ser tudo!...

Tudinho ser, sentir e viver

Na mais completa e vitalícia (?) felicidade.

Mas, qual quê!...

Eu mesmo... Como eu amaria poder voltar a ser

- Mesmo que por um só dia, hora ou minutinho... -

Aquele pequeno ser humano quase ainda imberbe, mas estudioso e admiravelmente dedicado

Cabo Calculador de Central de Tiro, na minha sempre e sempre gloriosa Artilharia...

Quando ali, quase de pronto, tudo eu calculava para que as Baterias de Tiro acertassem os alvos precisamente definidos

Mas na vida, bem logo passei a derivar, derivar, derivar...

...Afastando-me do seguro caminho desde ali precocemente descortinado.

Enquanto isso, na magia do amor...

Ah, querem mesmo saber?

Com a esperada vênia de todos os meus amados leitores, principalmente das minhas empáticas leitoras!

Aqui me reservo o sagrado direito de não falar nos meus tantos amores desiludidos...

...Até mesmo para não vir a produzir mais provas contra mim mesmo

nesse meu delicadíssimo aspecto sentimental e passional.

E assim, mesmo tropegamente, seguem nossas vidas!

Um passinho pra lá, outro passinho pra cá...

E lá vamos nós todos timidamente a derivar!

(Afastar-se dos caminhos seguros previamente escolhidos e racionalmente definidos)

Derivar, derivar, derivar!

Derivar a não mais poder... Para só então depois, bem depois de uma "outra vida" vivida ou meramente sobrevivida, pois completamente distinta daquela nossa vida original, quiçá poder vir a nos aposentar e dedicar exclusivamente a reviver emocionalmente, e mais ainda sonhar, sonhar e sonhar! com as pequenas e esporádicas circunstâncias realmente felizes que vivemos aqui, alhures e acolá.

A isso tudo nos conformamos enquanto mais ainda nos dedicamos a lamber as nossas feridas físicas e emocionais.

Não ria! Até mesmo porque, somando excessivas cautelas e indecisões, você também vai chegar lá...

No aguardo de alguém que se arrisque ao menos a tentar explicar a lógica (ou falta de...) de vida daqueles que insistem em viver a mercê dos sentimentos,

Armeniz Müller.

...Oarrazoadorpoético.