O que me surgiu no fim de tarde

Não cuido de ti motivado por amor.

O que pulsa em mim é compaixão pelas almas solitárias.

Assim que estiveres bem acompanhada, a deixarei

— Como as folhas deixam o ramo de uma árvore.

Hei de observar-te, distante e dolorido.

Hei de afogar minhas dores noutro lugar,

Senão nos melindres dos nossos breves encontros.

Culpa-me, se me veres alienado.

Imerso em uma apatia de aparência convincente.

Por dentro, sinto até o que não vejo.

Padeço, silente, nos braços da minha própria filosofia.

O importante é que caminhas mais livre,

Mesmo que não percebas.

Enfim.

Eduardo Becher
Enviado por Eduardo Becher em 16/08/2022
Código do texto: T7583932
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.