Saudade ...

Vesto-me de ilusões  bordadas com os sonhos que há muito perdi

Ao vento me jogo erguendo-me às nuvens que carrego em minha mente sombria

querendo encontrar a paz que ao longe deixei.

Um céu azulênio se abre cuspindo o fogo d'um sol ardente

queimama-me o corpo que se faz em brasas a espera do ser amado.

Noites vazias e frias entram pelo quarto escuro da vida sem nenhuma estrela...

Pela janela observo a névoa densa que se compromete até o amanhecer.

Visto-me com o perfume do dissabor d'um dia que fora florido no amanhecer do antigamente.

Olho pro Alto não vejo nem mais o luar que se fazia tão  romântico ao tomar o lugar da grande estrela.

Choram as flores do Jardim ressequido...

Meu sonhar ficou tristonho caminhando por entre as sepulturas que guardam o amor.

A saudade cumprimenta-me solidária...

Mãos dadas passeamos por entre o nevoeiros blindados à esperança.