Sê rei que serve

Feliz do teu Semelhante, igualmente humano, que possa confirmar, percebendo a amorosa solicitude a cuidar de ti, designando a tantos este mister, gerando sempiterna gratidão...

Desde o começo, assim, à primeira mulher que reproduziu as condições ideais de existência, na piscininha amniótica em prol de tua nutrição e crescimento em transformação para a beleza da espécie humana.

Mulher que em tua mãe se fez ao notar que seria insuficiente ou pouco: ter-te (re)produzido, pois crescias rapidamente, carecendo espaço amplo de manifestação principalmente social.

Percebeu, por tua fragilidade, que sua tarefa seria desdobrada, a cujo desempenho, sem a afeição sublime, lhe não seria possível.

Adotou-te seu filho, adorou-te, cuidou-te no ato contínuo e transitório da interna para a externa existência, com o seu peito supriu-te de vitalidade, restabelecendo o cordão umbilical. No seu corpo, teu primeiro manto, aqueceu-te em sorriso de ternura dividindo sua felicidade. Preparou-te roupas, berço. Banhou-te, ninou-te, afugentou os Ogros do medo pueril com ósculo, aconchego e muitas canções para o sono de paz.

Nesse ínterim também não faltou, para a tua melhor sorte, a coassistência em demandas necessárias de figura importante do teu pai, título a que se voluntariou e dele se apropriando. A primeira previdência social que conheceste, o teu reduto doméstico, de onde apreciavas a magia e a maravilha da noite deitado ao colo de mãinha, que cantava para a lua, mas apreciada, a noite, apenas dentro do conforto e no amparo de cobertor, travesseiro e leito macio.

Sem víveres, viver é inconcebível, o seu preço, inestimável para ti, embora pudeste deduzir, mais tarde e superficialmente na estrutura física inescapável de autenticidade, de suas mãos, paternas, escalavradas e de calos que o tempo testemunha contabilizou.

E os teus primeiros sócios, os conheceste na empresa do lar, para vivências de alegria, tristeza, bem como compartilhamento de problemas socioeconômicos, na companhia de irmãos amigos.

Em tempo e ainda afirmas a extensão do crédito para acesso às suas vidas, às suas casas, acolhimento, desfrutando de amizade nos avós, padrinhos, tios, de teus primos.

O teatro de representação de virtudes ou tudo que a elas se oponha, ora foste mocinho, doutras vezes, vilão, contracenando com os amigos da distante infância, dividindo manhãs ensolaradas, tardes fagueiras.

Ave, Prometeu, mais amante que rebelde, cativo por fúria do ciúme de Zeus, deu esse fogo à tua inesquecível e primeira professora, com o qual pudesse acender o teu archote para o caminho de toda a tua permanência em duração ignorada.

Iluminados na extensa e multicolorida procissão discente, aprendendo a construir e a produzir conhecimentos, ave, Mestres!, escalando degraus ao topo inalcançável de todo o (por) saber...

Na confecção silenciosa de rojões a que o tempo te tem exigido, a serem explodidos em show pirotécnico de feérica beleza, por débito reconhecido e menções honrosas de gratidão, a memória peça que acresce a entes já citados, essoutros que numa gama de serviços, os consideras instrumentos daquela solicitude amorosa: do simples agente de limpeza ao semideus facultativo, nome antigo de Dr de medicina, sem excluir e por antecipação o nobilíssimo irmão que há de submeter teu corpo, derradeira visibilidade neste mundo, à transformação, em escuridão, desnudando a semente de onde germine a esperança de perene serventia.

Não te furtas, todavia, a em tempo, referir a política mundana a te garantir direitos sociais na organização vigente da cidadania, em que ressaltas a necessidade imperiosa e válida de soberania que respeita a legítima conquista do que, por ética incolor, ou de tudo aquilo que hajas adquirido pelo suor laboral junto e a testemunho dos companheiros, que em mesma seara, produzem riquezas ao teu país.

A arte frondosa, com seus ramos diversos, é doce didática cuja ludicidade vos alegra a alma, ajudando-vos na compreensão do contexto e do mundo. Indispensáveis, sempre artistas! Na música, literatura, poética, no circo, esportes, teatro, na dança!

Escolas complementares a despertamento de tua espiritualidade: uma, leite a gatinhos, outra, alimento sólido, para adultez do Eu, o ensinamento dos Espíritos, ambas a corroborar a direção do educandário azul aos cuidados do grande mentor Cristo em Jesus.

Nem essa gratidão o seria menor jamais olvidada à parte simétrica, design perfeito de formas, encantamento, possibilitando equilíbrio. Mas na confissão de mísero, sem linguagem que possas externar revelando a sua implícita importância, por sua grandeza, o teu ósculo sublime a seus pés. É justo que a definas mãe, mãe multiplicada nas mulheres de tua relação nos encontros pelo mundo, inclusive esta, a que te leia e te não tenha sido irmã, esposa, prima, sobrinha, namorada, filha, colega, cunhada, enteada, professora, meretriz, tia, avó, amiga; e tome a si a honra e o orgulho de lhes ser irmã, da mesma classe e natureza (razão de ser) dos perfumes, os quais (elas) revelam, dando existência própria na essência conhecida.

Oh! amorosa solicitude! Que no anonimato é teu absoluto e augusto alter ego, que pouco se lhe dá a tua idolatria, nem o ruboriza a tua (pseudo) erudita gratidão, encerrado em plenitude do amor o qual possui, sem a humana inquietação por respostas (ou resultados de atitudes benéficas) com gratuidade, suprimindo mérito, em ti, ao ofertar-te a vida, que não plantaste; natural que te entenda e a ti sorria pelo cognome Deus, como O tens chamado.

Que te resta senão admitir que te obrigues a servir, pois sem que te fosse necessário ser rei, de direito, quão servido tens sido na grande roda viva da solidariedade!

Seraphim
Enviado por Seraphim em 16/08/2022
Código do texto: T7583555
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