As Margens Profundas
Mais profundas que o leito, são as margens
Às vezes, basta-nos observar a uma grama
Morrendo, na vizinhança, para que pois
Justificar seu leito, mortalhas e...
Se orgulhar do próprio quintal, o jardim, frutífero
Será que nessa viseira, com essa melodia
Olhos veem ouvidos ouvem?
Apóstolo de apostas apóstatas
Duramente a trabalhar para loteria...
Ganhar, como estão os sorrisos
E os bons dias nas bolhas da vida?
Muitas vezes não é questão de fé, mas enfezo
Incluindo sem anistia todo o gritar
Pois na poesia não cabe o berro?
E o desespero dos muros que rebentam como ondas
Toda intercontinental econômica cadeia
Que é comprar o café e o pão das manhãs
Soluço seria o murro conceitual correto
Aliás, conceituar já é um insolúvel trava-língua
Palavras referem-se não às coisas
No primeiro nível
Do primeiro mundo
Não há referência aqui
Que as nações sejam Design Inteligente da utopia
Aliás, dizem que o sonho morreu
Enterrando com ele a história
Enxertarei aqui boa má memória
Mas, não sei vocês
Eu acordo inúmeras vezes à noite
Por que nossos próprios neurônios nos torturam?
Já se questionaram isto
Até mesmo o inenarrável
Sonho mais inocente, mais afável
Morre no contar segundos a tentar rememorá-lo
Vos falo disto, economia do desejo
Desejar o que te faz órfão
Mal alimentando os órgãos
Ei de liberar "libertária"
(In)utilidade marginal