Costumaz burguesia
Justiça –
Tardia -
Será que a teremos algum dia?
A pregação –
O aparato do bom cristão,
Na tela da televisão.
Antiga visão,
De um país inteiro –
Aprofundado na polarização,
Lavagem cerebral -
Em tempo surreal.
No horário eleitoral,
Estampado a hipocrisia.
De políticos –
Transvestidos de bons samaritanos.
De enriquecer,
De encher os próprios cofres –
Este são os seus planos.
Costumaz parcela da burguesia,
Observando o próprio umbigo.
O próximo que se ferre,
O psicopata fazendo escola.
Aos pobres migalhas –
As esmolas.
O aprendizado a favor do mal,
Sobrevivendo no momento crucial.
Entre a cruz e a espada,
Trilhando devagar.
Na bamba corda,
A cada segundo novo desafio.
No fio da navalha,
Seja no calor ou no frio.
A pele negra arrepiada,
No farfalhar do estampido.
O tiro de fuzil,
Em sua direção.
Nem sempre há escapatória,
Na hora H,
No instante do julgamento.
Em segundos,
A vida vira um tormento.
O pesadelo,
Com os olhos bem abertos.
Ensanguentados os sonhos,
Escorrendo pela sarjeta –
Com a porta do desespero aberta.
Tudo isso não passa de uma quimera,
Uma ilusão.
Todos nós terminaremos do mesmo modo,
Traçados são os nossos destinos.
Em um buraco –
Ou na mesma vala comum,
Viraremos pó.
Por que tamanha exclusão?
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