RASURA
Estar vivo é um ato de confissão orgânica.
A verdade nos desmascara como um soco no estômago.
Como nos esconderemos?
Para aonde fugiremos?
Ele nos vê.
Estamos nu.
Como na primeira vez que fomos expulsos do ventre, e da caverna.
As vestes de nossas realizações não cobrem as nossas vergonhas.
Está vivo é um ato de confissão.
O Homem é um grito no escuro, clamor alarde de flama.
A artéria que corta o mapa com a Voz.
E clama no deserto.
O Sol brilha mais forte agora.
Os motores apressados e barulhentos anunciam que é chegada a Hora.
Os sinos e os alarmes dobram...
Ele vem.