P.E.D.R.A.S...

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Aqui do alto e sagrado monte, alheia a todas as minhas vontades

Resignada a continuar, ficar assim conscientemente, reclusa e absorta no ar

Fincada por milhões de séculos a fio, como se apontando, fazendo reverências ao Criador

Por vezes imersa em gélidas brumas de nevoeiros

Noutros adormecidos momentos, estampada no horizonte e emoldurada ao céu azul!

Mas sempre atada, pregada e colada, nesse duro e árido chão.

Não me coube um dia falar! Por conseguinte não tenho voz, e não consigo me mover

Sei que jamais poderei descer deste cimo, à rolar e a saber,

Para não provocar assombros e tragédias, ciente que nem deva...

Daqui por excelência eu vejo tudo, sentindo bater em mim, todos os ventos! Todos...

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-Os fraquinhos, que sempre sinto-os, achando desejarem acariciar minhas arestas;

-Os abrandados, que vêm e que vão, serenando minha tempestiva cólera;

-Os fortes, que descambam em torrentes de rajadas (esses, os ventos assobiadores);

-Inclusive os não raros de uivantes lamentos, sôfregos e de pranteadas reclamações!

Que me chegam, roçam, me acostam e rodeiam, batendo tentando me sacudir,

A debaterem-se insistentes e furiosos em mim, assustados e como sê, perdidos!

Sempre a ansiarem contar-me seus segredos de impossíveis decodificações

Coisas escabrosas, que só a mim parecem confiar e expor;

Nitidamente, parecendo querer apaziguarem-se e só depois,

Me perpassam, despendem-se (prometendo voltar) e só assim se vão!

E eu daqui deste elevado sou apenas ouvidos, silêncio, isolamento e eterna imensidão.

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Por todos os cantos desse mundo, sejam de sinuosas ou a acompanhar longínquas estradas

Sobrepostas em aclives ou plantadas em decliveis, planícies e planaltos

Ou caprichosamente desenhadas em solos revirados e pós esquecidas;

Ladeadas, sitiadas e/ou ornadas de vastas, belas e de densas vegetações,

Por mim mesma, estarei aqui sempre viva, ansiando intacta e avidamente, apenas existir!

Sempre alerta, altaneira, majestosa, imóvel e sempre, sempre bem ambientada, aonde estiver.

E a menos que mãos:

- Poderosas e vãs, na razão da prática de sua tosca e destrutiva essência...

Criminosas e indigentes, desprovidas de todos os sentidos de senso...

-Cruéis e tóxicas, a quererem lucrar e se apossar de tudo que alcançam seus olhos...

A causarem uma enorme explosão, irreversível, arrasadora e aterradora;

 Fragmentando-me em “...lhões” de partes, de mim

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Levando-nos ao teor do chão, ao solo raso, profundo ou as profundezas da terra,

Dos rios que a cercam e aos mares, ou transformando-nos em pura ostentação

Misturada a todas as águas, virando peças frias e valiosíssimas, mas sem valor!

Expondo-me ao longo de caminhos cimentados, portentosas casas, mansões, arranha céus

Enquanto isso, vou deixando-me ficar por aqui mesma, resiliente em contentar-me ser:   

 

Uma bela peça cristalizada...

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Uma servil LOUSA petrificada...

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Uma ROCHA calcificada

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 Ou uma simples e verdadeira,

P.E.D.R.A...

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...e a rica interação da fabulosa

Esther Lessa

 

Esther Lessa

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E como um bela e preciosa Pedra

Recebo com gosto, teus versos sim

Teus poemas dão frutos, tua poesia Medra

Te peço Esther, venha sempre me interagir...

 

...OU DE COMO A IMPOTÊNCIA DEGENERA

EM CONFORMISMO E SUBMISSÃO! ***

 

QUERO SER APENAS EU

ESTHER LESSA

 

AQUI ESTOU SEM PODER NADA

O QUE ME VEM, RECEBO MUDA

COM VENTO OU BRISA DELICADA

EM MIM, NENHUMA COISA MUDA!

 

MAS QUANDO AS MÃOS AMBICIOSAS

 SE EMBRENHAM ATÉ ONDE ESTOU

AÍ SIM, ME RENDEREI CIOSA

SEM VONTADES... SER TROCADA VOU!

 

E VIAJAREI POR BELOS MUNDOS

OSTENTAREI RICO VALOR

APÓS FERIMENTOS PROFUNDOS

AQUI QUEDAR, ME FORA MELHOR.

 

~~~~~~~Gratidão, por sua nobreza~~~~~~

 

 

Aqui, a bela interação do poeta 

Dalmo Suares Dutra

Surpreso estou, pois não o conhecia

e ao mesmo tempo grato também pela sua participação em minha prosa

 

A matéria, a luz 

até mesmo o pensamento

são no fundo manifestações de energia

que há em todo meio até no pensamento...

Todos trocam entre si e as pessoas sinergia

 

Trocamos mais: mesmo o alimento 

e até as pedras são nossas companhias...

Pois, cedo ou tarde pó e pedra elementos 

seremos... retornaremos Terra, que ironia!

 

As pedras e os cristais acumulam energia

e são produtos das estrelas supernovas

após milhões e milhões de anos curtidas...

 

Estamos nós em direção ao infinito, ao céu...

Somos irmãos das estrelas achando que a vida

é energia solitária...mas as pedras pagam aluguel...

 

 

Grato poeta Dalmo...

 

EFLÚVIO DE ARREBOL
Enviado por EFLÚVIO DE ARREBOL em 08/08/2022
Reeditado em 09/08/2022
Código do texto: T7577794
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