Faladora

Faladora

Ela, para não falar muito, agora, queria escrever.

Escrevia a vida…

Ontem falou muito. Falou tanto que passaram a não lhe escutar. Falou das raivas e foi sincera com suas emoções de pessoa autêntica.

Tentaram, de certa forma, derrubar seus anseios e sonhos. Foram bestas vivas dentro dela mesma. Bestas danosas e fervorosas pelo sangue das veias já enfraquecidas, devido a grande força que há muito tempo fizeram ao se dilatarem em traumatizantes pensamentos.

Elas lhe repudiavam, odiavam, xingavam, desmereciam, rebaixavam.

A voz da juventude em suas emoções eram fragmentos que há tempos deveriam ser ocultados.

"Criança, cale esse desejo e

foque em ti.

Cale essa ambição inadequada, e que está extensa.

Sensível ser que se toca fácil, ela.

Cale-se, mimada!".

Eram essas vozes que só ela escutava dentro de seus traumas. A consciência tinha, mas a vontade de querer agir pelos impulsos era maior ainda.

Pequena na vida, tão pequena que questionava tudo e todos, além da sua própria consciência. Ainda está aprendendo contar histórias e não parava de falar.

Eterna pessoa faladora, que criança não deixou de ser. Questionadora, às vezes aceitava verdades, noutras não.

Embriague-se mais da voz do vento, pessoa, e fique vivendo seus momentos simplórios das explosões de você mesmo, no seu universo a chocar-se em outros, pois a vida é para se aproximarem e emergirem-se em mudanças.

Ela calou para ouvir o vento:

.

Depois passou a falar sobre o vento...

Mar Ciano
Enviado por Mar Ciano em 05/08/2022
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