Faladora
Faladora
Ela, para não falar muito, agora, queria escrever.
Escrevia a vida…
Ontem falou muito. Falou tanto que passaram a não lhe escutar. Falou das raivas e foi sincera com suas emoções de pessoa autêntica.
Tentaram, de certa forma, derrubar seus anseios e sonhos. Foram bestas vivas dentro dela mesma. Bestas danosas e fervorosas pelo sangue das veias já enfraquecidas, devido a grande força que há muito tempo fizeram ao se dilatarem em traumatizantes pensamentos.
Elas lhe repudiavam, odiavam, xingavam, desmereciam, rebaixavam.
A voz da juventude em suas emoções eram fragmentos que há tempos deveriam ser ocultados.
"Criança, cale esse desejo e
foque em ti.
Cale essa ambição inadequada, e que está extensa.
Sensível ser que se toca fácil, ela.
Cale-se, mimada!".
Eram essas vozes que só ela escutava dentro de seus traumas. A consciência tinha, mas a vontade de querer agir pelos impulsos era maior ainda.
Pequena na vida, tão pequena que questionava tudo e todos, além da sua própria consciência. Ainda está aprendendo contar histórias e não parava de falar.
Eterna pessoa faladora, que criança não deixou de ser. Questionadora, às vezes aceitava verdades, noutras não.
Embriague-se mais da voz do vento, pessoa, e fique vivendo seus momentos simplórios das explosões de você mesmo, no seu universo a chocar-se em outros, pois a vida é para se aproximarem e emergirem-se em mudanças.
Ela calou para ouvir o vento:
.
Depois passou a falar sobre o vento...