LReinhardt

Óleo s/tela

 

 

 

Repetidamente ouvia-se a mesma  musica. Simon e Garfunkel e o Lutador nas noites infindáveis. "The boxer "e a solidão das ilusões  da estrada. Zocha ouve a página amarelecida. Come o pão d' agua amanhecido feito borracha. Na lousa o giz riscando e se quebrando.  As luminárias das ruas noturnas atraindo os insetos na rua deserta, dor de inseto voejando dentro de uma tela de Chirico. Hoje a dor de dente de implante não lhe deixa em paz, pagina em branco para uma rosa em branco de luto.

Na caverna escura os morcegos desafiam Platão. Chupam o sangue das palavras  e se incomodam com claridades . Não Virou o tempo ainda e inverno e as raízes jazem desafiando a morte das folhas secas...Zocha está diante da bancada branca da cozinha. 

 Já amanheceu, o carroçao ficou distante e levou os tesouros que nao voltam mais. Dependurada nos onibus segue a viagem de todos os dias. Ninguém sabe do filigrana do sol que guarda entre os seios fugindo da temeridade dos predadores. Mas eles estão ali à espreita do caminho e ela tem que passar por esse caminho...