Alma fragmentada
Alma fragmentada,
São tantos os cacos –
Que mal consigo contar.
Desfaz-se a magia,
Em meus dias –
Nada coloridos.
A sutileza à ignorância,
Cedendo o lugar.
As pessoas –
Não escutam mais:
Uma às outras.
Ouvem sim:
Aquilo que for conveniente.
Assim deixando marcas e impressões,
De arremedo do desespero -
Desafinando a harmonia.
No peito a dor física,
O descompasso do ritmo cardíaco.
Cada vez mais se atolando,
No buraco da incredulidade –
Desfavorecendo a realidade.
Até quando nos submetermos –
A esta finalidade?
Há uma distopia –
Distorcendo a dimensão.
Compactuando com os desmantelos,
Altos desmazelos.
Ainda segue em disparada,
Seguindo na mesma toada –
Da falta de compaixão.
A linha tênue da desilusão,
Tão densa em plena solidez.
O arrefecimento de sentimentos,
Congelando qualquer coração.
No desequilíbrio das ações,
Nenhuma atitude positiva –
Manipulação,
Escondendo as verdadeiras pistas.
Ah! E essa inquietude –
Que me dilacera?
Dissonante ponto de ebulição,
O que resta,
Entrando em combustão –
Não sobra nada.
Apenas este vazio,
Que deixa a sensação:
De um oco descomunal,
Em plena existência.
Dessa forma se desfaz a coexistência,
Procurando algo –
Para justificar a resiliência.
E tudo se torna:
Completamente banal,
Em meio ao caos.
***
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