Fórmulas retrógradas
Trago os meus traumas,
Carrego as cicatrizes –
Incontáveis –
Não somente no corpo,
Como também na alma.
Os dias –
Seguem dilacerando qualquer resquício –
De vitalidade.
Não tenho mais o ânimo,
De anos atrás.
Como sobreviver nesta sociedade,
Fundamentada em falsos moralismos?
Onde os anos seguem cíclicos,
Nada muda –
Continua da mesmíssima forma,
Com fórmulas retrógradas –
Pautadas no capitalismo.
A cada novo amanhecer,
Fica maior o absurdo.
Sem sabermos qual a direção devemos seguir,
Atordoados –
Andando em círculos,
Na desesperança do mal.
Tudo se transforma,
Em uma grande incógnita.
Repleta de mistérios,
No desmantelo cotidiano.
Não rendendo nenhum fruto,
Somente as mazelas apodrecidas.
Em nenhuma virtude –
Há o contrassenso do bem.
Nas entrelinhas do descaso,
Amontoando-se as vítimas –
Seja de qualquer forma for,
No emaranhado da dor.
Entregando-se ao dissabor,
Na falta do colorido.
A angústia sendo ainda maior,
A visão turva –
Em meio as atrocidades.
No ser feliz –
Perece a verdade.
É apenas uma cortina de fumaça,
Não existe a vibração –
Em meio a existência,
A falta de expansão –
Da consciência.
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