CERTOS FINS E O FIM
Pra começar, aonde acaba?
Sinceramente, não sei. Quem disser que sabe mentiu, e não ir é impossível.
[…] caminhando para o fim, onde e quando quer que seja, parece-me que certos fins servem apenas para um despertar, tipo, levanta e anda - continua - já que não há certezas sobre o fim. Seja embalado pelos solavancos da vida ou pela necessidade produtiva que se impõe a cada instante, começamos a entender que descansar é privilégio de poucos, e que certos fins não significam o fim.
Então, chegamos num determinado ponto, n’algum ponto deste caminho, talvez distante do ponto de partida, talvez o cume de uma montanha desenhada pelas nossas expectativas, ou ainda talvez, apenas parte de um todo em que certos fins pavimentam o caminho almejado até o fim. E de lá lembramos de algo importante.
Algo que nos fora dado no início dessa trilha e que nos servia de aprumo para as veredas; apoio; motivação; consolo; força. Enfim, esquecemos, e só lembramos quando nos falta o norte.
Parece o fim. Será preciso voltar, mas não é o fim.
Afinal, a caminhada não termina naquele ponto, naquele cume e nem tampouco naquele lugar de falta e de reconhecimento das nossas falhas. Não é o fim! Porque seria? É só mais um fim.
O regresso é doloroso e necessário. As feras rugem ao derredor e atemorizado flerto com a desistência, contudo, ciente da impossibilidade, sigo este árduo e didático caminho aprendendo que o caminhar vacilante esquecendo coisas importantes gera medo e insegurança, e para seguir confiante é necessário, fé. O fortalecimento dessa fé vem com a lembrança daquilo que nos traz esperança. E assim, pela fé, lembrei que se há perigo ao derredor, anjos foram postos ao nosso redor e nos protegem. — Tava escrito lá!
E já que não caminhar é uma impossibilidade, então, ainda sujeito a vacilos eu vou. Mais atento, valorizando aquilo outrora esquecido e mais cauteloso com os certos fins até encontrar, o fim.