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GRITOS
Maria de Fatima Delfina de Moraes
Corpos estendidos entre marquizes, viadutos.
O mundo deveria estar de luto!
Gritos de clemência, de fome, de frio, de dor...
Por onde andarão as sementes do clamado amor?
Corpos sem sonhos, esperanças perdidas,
quiçá em alguma esquina da vida...
Almas cansadas, errantes.
Perpassam entre eles os transeuntes...
Corpos dormentes já não falam do amanhã,
em febre terçã pelas sombras esquecidos...
Gritos e lamúrias vãs
que das incertezas restaram os gemidos.
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