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GRITOS


Maria de Fatima Delfina de Moraes


Corpos estendidos entre marquizes, viadutos.
O mundo deveria estar de luto!
Gritos de clemência, de fome, de frio, de dor...
Por onde andarão as sementes do clamado amor?
 
Corpos sem sonhos, esperanças perdidas,
quiçá em alguma esquina da vida...


Almas cansadas, errantes.
Perpassam entre eles os transeuntes...
 
Corpos dormentes já não falam do amanhã,
em febre terçã pelas sombras esquecidos...

Gritos e lamúrias vãs
que das incertezas restaram os gemidos.

 

***
 

Maria de Fatima Delfina de Moraes
Enviado por Maria de Fatima Delfina de Moraes em 18/07/2022
Código do texto: T7562262
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