Krokodil

Nas tardes quente da minha cidade

E com o coração dilacerado de saudade

Me vejo preso entre o álcool a mesa e o cigarro

Tudo é fugaz de certo mas queria um abraço

Nada mais abala minha alma nem mesmo isto

É tão forte que vicia no primeiro uso desatento

É fuga da solidão um pouco de alívio é Krokodilo

Tão forte e perigosa que nos deixa ao relento

Mas pouco me importo comigo mesmo, morô

A morte é hoje, amanhã, ou depois e tanto faz

Só quero o prazer de sentir que não sinto dor

Ninguém liga para o pobre por isso vai ou jaz

Portanto é hora de sucumbir a desomorfina

Uma deusa salvadora uma verdadeira heroína

Pra alguns o afeto a solução e pra tantos o fim

Eis um homem em desatino e agora um zumbi