Divinas asas

 

 

É de uma noite assim que preciso para dar uma arrumada no tempo e olhar para os céus mesmo quando, e se chove, ou não, para tentar compreender o existir não é necessário buscar a lógica, a alma precisa viajar, criar em sua imaginação mais dias, mais noites de sonhos, deixando o amor invadir!

 

Também precisa de outra alma para não voar sem rumo e só, n'um céu suave de nuvens rasgadas pelos ventos, seja o instante de busca enfrentando os ventos, noite, dia, madrugada ou entardecer que seja quando o sol mais uma vez sai e deixa para trás nuvens pigmentadas, e a alma apaixonada vai, vai confiando que um céu varrido e tingido, um dia fará do amor um sentimento incondicional.

 

Rendo-me ao espetáculo de um colorido natural do crepúsculo... rogo ao anoitecer, um novo tempo no sopro dos ventos, sim, que o tempo possa trazer por entre as folhagens da ilusão, carregada da luz que só pode enxergar um coração que tanto ama, e flutua junto com as nuvens seja de que cor for, derrama sonhos sem lamentos, um dia desses haverá de fazer valer tanto amor.

 

Chuva, ventos alvoroçando as árvores que esconde os pássaros adormecidos, minha alma preguiçosa aconchega-se de olhos fechados à sombra dos montes e entrega-se aos braços longos das lembranças d'um amor que criei e na alma do amor para sempre, fiquei nesse sonho adormecido, do qual o amor foi o que me despertou.

 

Sejamos a mais leve poesia de amor levados pelas divinas asas que se chama pensamento, é mesmo de uma noite assim, fria e calma que eu preciso, quando minha alma diz coisas n'um só fôlego, sem que ninguém precise ouvir.

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 05/07/2022
Reeditado em 12/09/2022
Código do texto: T7553340
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