Palco Nu - Inspiração - XXVII
Gosto de observar as pessoas, não para enxergá-las, mas para me enxergar. No meu quarto tenho meu espelho que mostra minha aparência física, que ajuda a deixar - me apresentável para as personas que exerço no cotidiano; mas na vida real tenho os espelhos vivos que me mostram como realmente sou em essência, e quando me permito trabalhar sobre meus próprios defeitos psicológicos eles me ajudam a despertar das minhas ilusões.
Geralmente em dúvidas frente a um espelho me questiono: Quem sou em ti? Oh! Aparato Aprazível! Nem sempre as respostas são as que desejam meus cães famintos, nem aos meus anjos com asas compradas, porém são as necessárias para calá- los e mandá-los ao fogo sagrado.
Espelhos são dolorosos, são cruéis, são mesquinhos, são invejosos, são orgulhosos e cheios de maquiagens; redundâncias propositais , meus caros.
Espelhos são o que não queremos ser, são o que somos e o que fingimos não ser.
Espelhos são passado, presente e futuro brincando com nossas criações e com nossas
limitações.
Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu? Quem nunca repetiu esta interrogação que atire a primeira pedra, quem nunca pensou sobre ela segure a pedra na mão.
Se o espelho respondesse certamente diria que mais belo do que o Eu é a essência, parte esquecida do ser, que o divino é a beleza que nos faz ser o que somos em priori: Deuses
Realmente há muito nexo para quem quebra um espelho ou se nega a vê-lo num vivo.
Talvez isso tudo faça muito sentido para quem nem sempre se viu como Branca de Neve!