Cantinho da Roça
O roceiro chispava a ponta do facão no chão.
Cospia neste o mato mastigado de hortelão.
Já fazia meia horinha que a cabra tirou leite.
Os umbuzeiros esverdeavam a paisagem da ferrugem barrenta.
O menino contava os níquel para fazer aposta
e tentar levar as tampa de garrafa mais bonita.
Vida boa era de roça.
A leiteira abastecida cedinho.
As broas com manteiga acordavam
quem tivesse dormindo.
O cão Farinha corria parecendo um doido.
Caçador nato.
Não ficava nem calango, nem calunga por perto.
O jambo, jabuticaba, o jamelão
Caju doce e castanha.
Tudin tirado do pé.
Eita roça boa !
Mal a chuva fina de verão arreiava no chão.
As poças sobe, sapo coaxa,
Grilo sibila.
A terra batida logo se avermelha.
O curso d’água segue enchendo a cisterna.
A imagem de Nossa Senhora esta lá na Capelinha.
Se o vizin pede café você estende dois dedo de prosinha.
E a vida vai seguindo o curso do rio.