PROSA POÉTICA
ASSIM SAIU
Confesso em versos que jamais confessei a mim mesma.
Muitas vezes, leio e entendo aquilo que nunca pensei em sentir. Tão raro o coração ter o controle de toda essa dimensão que é a poesia.
A mente invade constantemente criando histórias e memórias.
A libertação que isso tudo causa é tão intensa, na leveza de uma caneta, ou de teclas, vou liberando o que surge, assim liberto minha alma da melancolia do existir, numa matéria tão densa quanto a quantidade de pensamentos que pululam minha cabeça.
Uma louca sinfonia, orquestrada por um ego faminto de querer tudo entender...
É possível compreender tudo que se sente? Ou sentir tudo que se pensa saber?
Ligeramente, surge uma coragem nem sei de onde, que invade minhas ações e me faz querer cocriar o magnífico sentido de missões que precisam ser colocadas em prática, nem sei bem o porquê. Por mais que eu tente, não vou saber o tanto que quero, e para que querer tanto saber?
A falsa sensação de segurança e controle que o pensar saber me causa é mais nociva do que a tão temida ignorância.
E este texto?
Não sei, assim saiu.