HÁ HAI QUI É . . .

Uma língua assim bem diferente, aprendi

Como o saudoso pastor Valquírio Sousa

Era só a gente encontrar com ele... E...

Já vinha logo, há-há-i-qui-é, háháiquié!!

Depois ele um dia me contou

Que ia tomar banho com amigos

Nos igarapés pras banda do Pará

Águas límpidas, frias, natureza bela!

As ingazeiras com seus galhos

A arrastarem naquelas águas

Como tinham muito ingá, mas era

Lá em cima, eles tinham que subir.

Estavam quase a alcançar uma

Quando escapava e caia no chão

Um esperto que ficava lá embaixo

Logo gritava, é minha e não te dou!

E o que estava tirando reclamava

De lá, há-há-i-qui-é, háháiquié...

Como quem dizia: Claro que não

Essa eu tentei pegar com esforço!

Mas o danado que pegava saltava

Na água do igarapé e mergulhava

Fundo e se mandava e, claro logo

Depois voltava e começava outra vez...

E era um tal de há-há-i-qui-é, daqui

Háháiquié dali e a confusão estava

Formada, ninguém entendia tanto

Há-há-i-qui-é... Háháiquié, háháiquié...

Poeta Camilo Martins

Aqui,hoje, 05.12.08