Dor esquecida

Este sopro que apaga a vida em mim

Conta a história de uma alma encarcerada

Uma alma perdida, mergulhada na dor esquecida

... Já amarrotada pelo tempo.

Um vazio que se enche da solidão

Uma fraqueza que me faz tudo perecer

Ideais que começam a degradar

Um respingar que rapidamente se evapora.

Esta fome de querer, atormenta a minha respiração

Enfraquece a minha voz

Rompe o meu corpo

Deixando-me assim, escarnecida.

O exagero apaga a réstia de sanidade

Esta loucura que me abarca, dói

Uma dor aguda, que ensurdece

E suga toda e qualquer vida que ameace resistir, eu luto, luto... E me entrego.

Sinto-me meramente ancorada, vagando por estradas

... Sem rei, sem rumo, sem cais, sem lugar algum para ficar, afastada de tudo e todos

Sozinha e sem vontade para me preocupar.

Mas ainda existe um zumbido latente

Começa a dar vontade de gritar!

Louca? Talvez…

Insanidade que invade as minhas mãos

Um sangrar interior que chama por um saciar quase desumano

Um jorrar de vontades e ações que encantam toda maldade, um querer de não querer que fica mais forte a cada quebra.

Um entorpecer retorcido que me faz perder a razão

razão essa que se alabirinta na mente, afrouxa-me, faz-me ter medo e desejos que temo não conseguir controlar

Esta sou eu, num estado de resisto/desisto,

Uma quase morta bem viva, um sopro de vida parcialmente extinto,

Uma mente às vezes sombria, agonizante e sem limites, que persiste por razões sempre compreensíveis dessa dor esquecida.