Olhos Negros
Mergulho na negrura incomensurável do teu olhar.
Sinto-me desfalecer em meu enlevo, como se flutuasse entre nuvens e lilases em flor.
São dois poços sem fundo, são duas colunas de ébano, são duas nebulosas no espaço.
Seus olhos absorvem a luz, sem refleti-la,
como absorvem a minha imagem, sem que eu me veja quando me fitas.
Sua boca é de cetim, e seus lábios são labaredas.
Quero morrer em teu beijo, enlaçada em teus braços, e para sempre serei feliz.
Como posso te amar tanto?
Como cabe em meu ser um sentimento tão infinito?
Te amo, e quero gritar aos sete ventos que quero abandonar-me em teus braços
para sempre.
Olhos negros, olhos imensos, olhos de amor!
Fica comigo, e nada mais almejarei.
Fica comigo, e voemos juntos ao paraíso,
para lá pousar e viver transbordando de paixão.
Selma de Assis Moura
29/03/1990
(16 anos)