(Não) fui feita à sua imagem e semelhança
Venero o Seu amor pela Arte
Amo a infinidade de cores
Que Você pôs no universo
Admiro a musicalidade emitida pelos objetos
Sou vidrada na variação das espécies
E nas muitas possibilidades de reverso
Sou grata pelos frutos que crescem
Tanto os saídos da nossa carne
Quanto aqueles que a terra concede
Há milhões de detalhes na Sua Arte
Que até o infinito urdirão preces
Sou, como o mundo, partícula do processo
Só não me vejo, embora seja
Parte do triste cortejo
Ensejado por quem @ “adora”
Mas na andança
Abusa de criança
Soca aquelas cujas entranhas
Fazem da humanidade plano eterno
Não intento guardar semelhança
Com quem criou essa trama
Que à gente idosa dá carcaça
Seja de víveres ou de apreço
A jovens o peso absurdo
De manter essa bagaça
Gente nefasta
Que acredita ter sido criada
À revelia da evolução
Por Você tão bem fiada.