Ao sol
Em pleno século XXI,
É um absurdo o que vivemos.
O surreal atinge em cheio –
As nossas vidas,
Adversidades antigas.
No vislumbre do novo amanhecer,
Vítimas dizimadas à esmo.
Contudo, nunca aprendemos a lição,
Jogamos no colo da normalização.
A incerteza futura toma-nos em cheio,
Como uma bala atinge o peito –
Desfazendo qualquer perspectiva,
Anulando as expectativas.
No prato vazio,
Altíssima inflamação.
E nos deparamos desolados,
Na ilusão.
A alucinação caótica –
Reverberando na alma,
Dilacerando a carne -
Vicissitudes desconhecidas.
O auto flagelo pelo esperança,
Que talvez não exista.
Arriscando a própria vida,
Para ter o que comer.
Riscos que deixam a carne marcada,
Isso é quando tudo não se acaba.
Tudo se resume ao caos –
Toda angústia por menor que seja,
Leva ao desespero.
Consequentemente:
Gera o desequilíbrio da cerne,
Não que sejamos superiores a alguém.
O que mais desejamos,
É possuir um espaço –
Um lugar ao sol,
Mesmo que seja pequeno –
Para sobreviver a tormenta do mal.
Quem sabe?
Se algum dia possamos aprender,
A compartilhar o que possuímos.
Visando o bem estar,
E o uso sadio dos recursos naturais.
Tudo o que é demais,
Um dia descamba para o desperdício –
Ou para a nossa própria destruição.
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Blog Poesia Translúcida